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Proposta nº 17 – Turismo: Náutico e de Natureza

O turismo náutico nos canais urbanos está consolidado. Sem falsas modéstias, não haveria turismo se não tivéssemos recuperado os muros dos canais, construído novas eclusas e despoluído e retirado os esgotos que para ali drenavam.
Precisamos agora de uma estratégia de turismo mais abrangente e sustentável, que abranja outras áreas e que deve ser intermunicipal.
Precisamos de diversificar a oferta e valorizar o turismo lagunar e de natureza. O respeito pelas normas ambientais é um pressuposto de todas as nossas propostas.


Há 30 anos a gestão autónoma da Ria já era uma prioridade. Urge concretizá-la.

1. Canais urbanos
Os passeios nos moliceiros são um caso de sucesso. Importa diversificar e melhorar a oferta:
a) Concluir o processo de iluminação dos canais iniciado pela Pólis;
b) Avaliar a introdução de sistemas de gravação áudio e auriculares para os turistas, com informação rigorosa;
c) Promover com o IEFP cursos de formação para guias turísticos e marinheiros;
d) Concluir o processo de adopção dos motores eléctricos por parte dos operadores;
e) Criar horários reservados para canoagem, padel, etc.
f) Realizar o “Carnaval da Ria“, proposta já apresentada;
g) Realizar o programa “Concertos nos Canais”;
h) Ressuscitar o “Moda nos canais”
(“Aveiro Fashion” em “passerelle” flutuante)
i) Construir o novo canal desde o Paraíso até à Universidade;
j) Avaliar a possibilidade de ainda construir o novo canal desde o canal de S. Roque até à capela das Barrocas;
k) Desenvolver o projecto de ancoradoouro para embarcações privadas não comerciais;

2. Canais não urbanos (em colaboração intermunicipal e com a APA e a Autoridade Marítima).
a) Criar condições de navegabilidade para passeios entre o centro de Aveiro e o Museu da Vista Alegre;
b) Melhorar as condições navegabilidade entre Aveiro e a Pousada de S. Jacinto, através da Cale da Veia e da foz do Vouga;
b) Avaliar as condições de navegabilidade para pequenas embarcações e náutica fluvial de longo curso, entre o canal Central a Pateira de Requeixo/Fermentelos, passando pela Cale da Veia, pelo Canal dos Bulhões, Rio Novo do Príncipe, Eixo, Eirol, Ponte da Rata, Ponte de Requeixo, Pateira;

3. Novos parques de lazer lagunares
a) Avaliar a criação de zonas de lazer nas enseadas de Mataduços, Paço e Vilarinho;
b) Criar um parque de lazer na baixa do Eirô, em Aradas;
c) Criar a Piscina fluvial no parque da Balsa;
d) Avaliar a construção de uma piscina natural na frente ria de Aveiro;

4. Novos Passadiços e percursos de natureza
a) Até Ílhavo, no prolongamento da rua da Pêga, do Eirô até à Malhada e dali até à Vista Alegre e às praias;
b) Avaliar a possibilidade de interligar algumas marinhas com pontes de madeira e passadiços por forma a criar novos percursos no Salgado;
c) Renaturalizar e tornar fruível:
– o  vale desde a baixa de Santiago, na Universidade, até à EV 2,3 de Aradas e até à Casa da Música e ao Arquivo Distrital no Bonsucesso;
– o vale a partir do Eirô até ao Campo do Bonsucesso;
– o percurso desde a Quinta do Peixinho em S.Bernardo até à Ribeira de Vilar e desta à Fonte Nova;
d) Valorização e dinamização da Reserva Natural de S. Jacinto.

5. Programa de reconversão das marinhas para fins de turismo de natureza
Entre o risco adveniente da subida das águas causado pelas alterações climáticas  e o total abandono das antigas marinhas de sal, ilhéus e ilhotes,  o turismo de natureza em estruturas de madeira, em palafitas ou não – nomeadamente para pequenas unidades de hotelaria – pode ser uma forma de preservar esses espaços, sem colocar em causa os valores ambientais.
Importa alterar regimes legais e simplificar procedimentos. Actualmente existe muito “lixo urbano “ilegal espalhado pela Ria.
Mais valia que tivéssemos um quadro normativo que permitisse intervenções de qualidade e respeito pela natureza.

6. Programa de preservação e valorização do Sal artesanal de Aveiro
As últimas marinhas em produção artesanal de sal devem ser apoiadas.
Actualmente existem sete marinhas a produzir sal (sendo apenas cinco privadas).
Deve criar-se um programa de apoio municipal para que não se extingam de vez.
a) Divulgando a sua localização e criando acessos ordenados;
b) Promovendo um curso com o IEFP de formação de marnotos e de salicultura;
c) Apoiando a constituição de uma cooperativa entre os produtores;
d) Criando a marca “Sal de Aveiro” sob a qual se comercializem todos os produtos das marinhas (Flor de Sal, derivados, Salicórnia, etc) e certificá-lo como produto regional;
e) Instituir os Embaixadores do Sal de Aveiro: chefs de cozinha com estrelas Michelin usam Sal de Aveiro e Salicórnia;
f) Promovendo a visita turística às marinhas e a observação dos pássaros que ali nidificam  e por ali se alimentam;
g) Apoiando com máquinas e meios tradicionais a necessidade de acorrer a rombos e trabalhos de regularização pesados;
h) Criando uma linha de apoio à substituição das construções descaraterizadas e clandestinas por modelos arquitetónicos padronizados que respeitem a arquitetura tradicional (palheiros, abrigos e armazéns de sal) impositivos, por forma a respeitar a nossa identidade e apoiar os proprietários das pré-existências a fazerem a transição;
i) Apoiar, dinamizar e divulgar a Botadela nas sete marinhas em laboração, como evento turístico e fonte de receita para os marnotos;
j) Criar ou apoiar a criação do Centro Interpretativo do Sal de Aveiro.

7. Gestão da Ria
A Ria de Aveiro não pode ser gerida a partir de Coimbra por entidades que estão distantes e não acrescentam valor, apenas tempo perdido.
As leis ambientais do país são as mesmas e devem ser cumpridas por todos.
Urge criar um Gabinete de Gestão Autónoma da Ria de Aveiro que tenha igualmente responsabilidades no Ordenamento.

8. Carta lagunar Digital
Importa criar e colocar ao dispor de todos uma Carta Lagunar digital, uma APP, que identifique as ilhas, as marinhas, os canais e os esteiros, as respectivas condições de navegabilidade, percursos recomendáveis, locais de observação da avifauna, etc,

9. Visitar o futuro Museu das Embarcações Tradicionais e os estaleiros de construção naval.

    Declaração de interesses: A minha família é proprietária de marinhas e de empresas que exploram o turismo náutico. Como sempre, saberei distinguir escrupulosamente o interesse público dos interesse privados e cumprirei escrupulosamente a lei.